da Folha Online

No mesmo dia em que o secretário de Defesa Robert Gates, afirmou que os Estados Unidos "não vão aceitar" uma Coreia do Norte com armas nucleares, o governo norte-americano decidiu reforçar sua presença no Pacífico com o envio de 12 caças F-22 Raptors ao Japão.

Os aviões militares, que decolaram do Estado da Virgínia, chegaram neste neste sábado (30) à base aérea de Kadena, localizada na província japonesa de Okinawa. De acordo com fontes do Departamento de Defesa, os aviões fazem parte dos dois esquadrões que a Força Aérea americana montou nos últimos quatro meses com objetivo de reforçar a segurança no Pacífico Ocidental.

riko Nakao/Reuters
Aviões caça Force F-22 Raptor, enviados pelos Estados Unidos, chegam à base japonesa
Aviões caça Force F-22 Raptor, enviados pelos Estados Unidos para reforçar presença no Pacífico, chegam à base japonesa

"Não ficaremos parados enquanto a Coreia do Norte desenvolve capacidade para semear a destruição', disse Gates. "A política dos Estados Unidos não mudou. Nosso objetivo é a desnuclearização completa e inquestionável da península coreana, e nós não vamos aceitar que a Coreia do Norte seja um Estado nuclearizado."

Movimento

As medidas dos Estados Unidos foram tomadas depois que fonte de Washington disse a um jornal sul-coreano que Pyongyang prepara a transferência de um míssil balístico intercontinental de uma fábrica próxima à capital para uma base de lançamento na costa Leste.

A fábrica é a mesma onde foi fabricado o foguete de longo alcance Taepodong-2, que a Coreia do Norte lançou em 5 de abril, em descumprimento a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Mais cedo, o governo do ditador Kim Jong-il já havia lançado um foguete de curto alcance, no sexto lançamento feito só nesta semana.

Ao lado de autoridades da Coreia do Sul e do Japão, durante reunião em Cingapura, Gates firmou uma via multilateral para conter a ameaça das ambições nucleares da Coreia do Norte. "Se a Coreia do Norte pensa que desta vez vai ser recompensada por seus erros, está completamente enganada"', disse o secretário de Defesa sul-coreado, Lee Sang-hee.

Ameaça

Nesta semana, a Coreia do Norte, que apresenta um discurso cada vez mais hostil, alertou sobre a possibilidade de um conflito, dizendo que não estava mais amarrada a um armistício que encerrou com a Guerra das Coreias (1950 a 1953), e fez ameaças caso receba sanções do Conselho de Segurança. O governo afirma que vai agir "em legítima defesa".

O país ganhou milhões de dólares ao exportar tecnologia de mísseis ao Oriente Médio, dizem analistas de defesa, e há temores de que a nação possa fazer o mesmo com o seu novo know-how nuclear.

A atitude beligerante da Coreia do Norte não representa por enquanto uma ameaça militar direta para os Estados Unidos, mas pode provocar uma corrida armamentista na Ásia, afirmou o chefe do Pentágono. Entretanto, Gates descartou, por enquanto, reforçar a presença militar americana na Coreia do Sul, onde Washington mantém 28 mil soldados.

Também em Cingapura, a China, maior aliado da Coreia do Norte, pediu calma à comunidade internacional. "A península coreana deve se dirigir à desnuclearização e esperamos que todas as partes envolvidas mantenham a cabeça fria e respondam de forma comedida ao problema", declarou Ma Xiaotian, vice-chefe do Estado-Maior geral do Exército chinês.

Com Efe, France Presse e Reuters

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